O mercado imobiliário de alto padrão vive um momento de reformulação. Mais do que localização privilegiada ou metragem generosa, o que pesa hoje na decisão de compra são os valores intangíveis: bem-estar, integração com a natureza, identidade arquitetônica, sustentabilidade e uma experiência de compra diferenciada. Dados recentes da Bain & Company reforçam esse novo perfil: até 2030, o setor de luxo deve movimentar R$ 133 bilhões no Brasil, impulsionado por consumidores que priorizam personalização, atendimento humanizado e impacto positivo.

Um dos reflexos desse movimento está no lançamento do edifício Manhã, da construtora Bidese em Curitiba. Com assinatura do Studio Arthur Casas e mais de 45% das unidades vendidas nos primeiros dias, o projeto chama atenção pelo conceito: um edifício em que a araucária – em vez de ser um obstáculo – tornou-se o elemento central do paisagismo. A torre foi posicionada ao fundo do terreno, abrindo espaço para um generoso jardim à frente, com luz natural, materiais naturais e vegetação nativa. O conjunto das áreas comuns, com design assinado e integração entre arquitetura, interiores e paisagismo, transforma o morar em uma experiência sensorial.

A hiperpersonalização, apontada como uma das grandes exigências do consumidor de luxo, também aparece em condomínios que apostam em novas formas de viver. Em Santa Catarina, o bairro planejado Rio Parque, em Tijucas, é exemplo dessa nova mentalidade.

Com um parque linear de dois quilômetros ao longo do rio, o projeto une lazer, comércio, moradia e ecologia. A proposta é estabelecer uma conexão real entre cidade, natureza e comunidade. Com previsão de entrega em duas etapas até 2030, o empreendimento reflete a busca por qualidade de vida em cidades menores, com infraestrutura moderna e valorização crescente.

Outro ponto em destaque é o papel do corretor de imóveis nesse cenário. A experiência de compra hoje vai além da negociação: envolve acolhimento, empatia e diferenciação. Há quem organize visitas com helicópteros ou iates para encantar um público cada vez mais exigente. E é justamente esse tipo de postura que ganha espaço entre os profissionais do setor – preparados para atuar com domínio técnico, visão de mercado e foco na jornada do cliente.

Seja em apartamentos que funcionam como verdadeiros refúgios urbanos ou em bairros que integram natureza e infraestrutura, o que define o luxo atual é a soma entre projeto, propósito e percepção de valor. E esse valor, mais do que tangível, é emocional.