Uma residência integrada à paisagem, que valoriza a sustentabilidade e o conforto no dia a dia. Assim é a casa de uma família apaixonada pela vida ao ar livre em Itapema, no litoral norte de Santa Catarina. Projetada com 1.105 m² de área construída, a morada reflete a essência de seu proprietário, um empresário com espírito explorador, dedicado ao esporte, à saúde e à preservação ambiental. O conceito foi desenhado pelo próprio morador, garantindo que cada espaço carregasse sua identidade – do subsolo ao rooftop, onde a vista para o mar se torna um espetáculo à parte.

 

Harmonia com o entorno

Localizada na Praia do Plaza e cercada por áreas verdes, a residência praticamente se camufla junto ao campo de golfe vizinho. A integração com o ambiente não apenas preserva a privacidade da família, mas também reforça a conexão com a natureza. No coração da casa, um jardim interno com lago e uma oliveira centenária traz frescor e bem-estar, além de contribuir para o conforto térmico dos ambientes, potencializado por uma claraboia automatizada.

 

 

 

Sustentabilidade em cada detalhe

Desde a escolha de materiais até a concepção dos espaços, a sustentabilidade foi um dos pilares do projeto. A estrutura metálica e o telhado verde garantem maior eficiência térmica, reduzindo a temperatura interna em até 10 graus no verão. A preocupação com o consumo consciente também se reflete no posicionamento estratégico dos cômodos para aproveitar ao máximo a luz natural e no sistema de reuso da água da chuva. Com 450 m², o telhado verde se tornou uma área de convivência multifuncional, onde a família se exercita e aproveita momentos ao redor do fireplace.

 

 

Arquitetura e neurociência: bem-estar em primeiro plano

A neuroarquitetura, ciência que estuda o impacto do ambiente na mente humana, guiou o desenvolvimento dos espaços para proporcionar conforto e qualidade de vida. A academia foi integrada ao jardim central para incentivar o estilo de vida ativo da família. Na área social, portas de vidro se retraem completamente, eliminando barreiras entre interior e exterior. Nos dormitórios – duas suítes e a master, com 90 m² –, a integração com o verde reforça a sensação de tranquilidade.

 

 

 

 

Arte que conta histórias

Além do compromisso com a sustentabilidade, o morador tem uma forte relação com a arte. A casa abriga um acervo que transita entre diferentes épocas e estilos, incluindo obras contemporâneas, como uma escultura do catarinense Cainã Gartner, e peças históricas com mais de 400 anos. Dentro da piscina, uma Toy Art PNDA de quatro metros de altura se destaca como um elemento lúdico. Na adega, que guarda mais de duas mil garrafas, a escultura de um Pharaoh de madeira com cabeça de leão esculpida à mão, assinada por Gartner, reforça a atmosfera singular do espaço.

 

 

 

O acervo ainda reúne pinturas originais de mestres brasileiros como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, além de peças que compõem o charmoso pub temático no subsolo – um ambiente inspirado nos anos 1910, que transporta os visitantes para uma atmosfera de época e se conecta visualmente ao fundo da piscina.

 

 

Espaços pensados para receber

A casa foi projetada para acolher bem. A área gourmet é um ponto de encontro frequente, com churrasqueira, uma mesa para 20 pessoas e cadeiras assinadas por Jader Almeida. O toque de sofisticação vem do imponente lustre de ferro desenhado por Roni Brunner e das poltronas de Sergio Rodrigues, que reforçam a valorização do design brasileiro.

 

 

Construção inovadora e eficiente

Distribuída em quatro níveis, a residência foi construída sem o uso de alvenaria tradicional, adotando métodos secos e ágeis que reduziram significativamente os resíduos. O projeto acompanhou o declive natural do terreno, posicionando a área social paralela ao campo de golfe, com estruturas de contenção que variam entre oito e 11 metros de profundidade.

 

Assinada pela neuroarquiteta e urbanista Gabriela Venier, pelo engenheiro civil Germano Fenner e pelo arquiteto e urbanista Eliseu Ferreira, a casa é um exemplo de como a arquitetura pode ser uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida. Para o proprietário, participar ativamente do processo fez toda a diferença: "Não queríamos apenas uma casa bonita, mas um espaço para viver plenamente, onde a natureza e a arte fizessem parte do nosso dia a dia".